Entrevistas: Imperdíveis de Marciana Camilo.


A VISÃO DA MULHER NA CONSTRUÇÃO DE UM ROMANCE

Sada Ali


Quando a Elicia me convidou para escrever para o Blog Mulher Uberaba, o primeiro pensamento foi seguramente: sobre o quê falar?
Uma coisa é pensar em escrever, deixar a imaginação fluir, os pensamentos aflorarem. Outra é você olhar para a tela aberta do computador e tentar decifrar o que a pessoa que lhe solicitou espera ler.
Criar não me é um problema. Aliás, a imaginação de um autor é sempre vasta – um emaranhado de ideias e pensamentos.
Costumo dizer que minha imaginação é como um novelo de lã: sei onde começa, deslizo o fio da trama, enrosco em alguns trechos e me permito concluir.
Por que digo que me permito concluir? Porque uma obra nunca está definitivamente concluída. Nos apaixonamos tanto pelos personagens que qualquer pretexto é motivo para não deixá-los ir.
Puxar o fio e desenrolar! A cada releitura uma alteração. Correções gramaticais, ortográficas, conceituais, contextuais e de construção. E o autor à mercê, mero escravo da própria imaginação. Surge enfim, o desfecho. Nem sempre como o projetamos, mas assim como nossa realidade o que se apresentou, o que se pode conseguir, o que se pode fazer.
Adoro brincar de escrever. Deixar de ser criatura e tornar-me uma criadora.
Sou paradoxal. Crio situações e as submeto ao meu estado de espírito, ora justificando, condenando ou consentindo.
Idealizo um conto, um livro, uma crônica, um texto e os personagens surgem como por encanto. No ínterim da narrativa alguns vão se perdendo, recaindo no ostracismo, outros ganhando intensidade ou simplesmente desaparecendo.
Sou uma matadora inveterada. Quando não me interessa mais a existência de certo personagem – ele pode estar bloqueando a evolução de outro que se tornou mais querido – o elimino. Sou muito boa nisso. Em Perfume dos Laranjais, utilizei várias vezes desse subterfúgio.
Neste caso, não por não me ser querido: todos me eram, mas por se tornar necessário. Uns precisavam sair para que outros evoluíssem. Como no palco da vida, onde uns saem de cena para permitir que os outros ascendam à ribalta. Éinvoluntário. Apenas é.

Este artigo que ora escrevo surgiu como sugestão e, porque não dizer, até um questionamento de uma pessoa que me é muito querida: A visão da mulher na construção de personagens em um romance. A minha visão.
Sua indagação: Como construo meus personagens?
Não converso com muitos autores e os poucos com os quais tive a oportunidade de falar, não souberam me responder. Verso então, como não poderia deixar de ser, sob minha ótica: os personagens nascem ou são criados?
Não se surpreenda, pois sim, são coisas diferentes. Nascer é irromper, é ser cuspido, expelido. Está lá, nada mais nos resta a fazer a não ser expulsá-lo, submeter-nos à sua força. A natureza do autor agindo.
Criar é se permitir, é idealizar, é planejar. Criar é parar para pensar e escolher. Escolher traços físicos, personalidades, condições sociais e morais. Neste momento, brincar de ser Deus.
Talvez esteja se questionando: não detectei as disparidades. Explico. Crio o que quero e como quero. O que nasce já existe, está lá: é só transcrever para a tela.
O que nasce é o que sou e penso. O que crio é a forma com que o personagem vai se definindo na evolução da sua criação. Ele é independente de mim embora seja eu a defini-lo. Ganha vida própria e norte. Complexo? Não se pensarmos nele como um filho. Geramos, expelimos, mas ele se define. Simples.
As mulheres do meu romance foram criadas e também nascidas. Umas vieram da necessidade de expor sentimentos que fazem parte do meu ser e outras simplesmente como analiso a essência com que fomos constituídas.
Elas tentam definir as dificuldades que nos permeiam o cotidiano. Nossos conceitos e preconceitos. Ilusões, desilusões, afetos e desafetos. E como os temos! Falam da nossa moralidade, sexualidade, responsabilidade, metas e sonhos.
Minhas mulheres são tudo isso e muito mais.
São intensas, determinadas ou frágeis.
Mas sem recair no clichê: ingênuo quem se deixa levar por nossa fragilidade. Até para expô-las, temos que ser extremamente fortes. Pelo menos para mim, que abomino transparecer qualquer fraqueza.

Minhas mulheres decidem, mudam, possuem o Voto de Minerva na constituição de um mundo diferente. Não disse mais bonito. Disse diferente. A cada uma compete definir o diferente. Como eu e você que me lê.
Estamos em eterna definição e este artigo carrega em si este conceito, levando um pouco de mim às leitoras de um blog tão intensamente feminino, poderoso, questionador e envolvente.
Somos a história.
Sada Ali




Fazer o que gosta é primordial para alcançar o sucesso.


Por Marciana Camilo


A entrevista dessa semana é com uma pessoa de bem com a vida e feliz. A nossa conversa foi muito divertida e rendeu uma história interessante regada a boas risadas, pão de queijo e cappuccino. Obrigada Lígia Del Nery Scalon pelas informações e confiança de contar sua vida, projetos e sonhos. Desejo a você e sua família muito sucesso!

Lígia Del Nery Scalon é psicóloga, formada pela Universidade de Uberaba com Pós em Marketing, formada em RH pela UFU, professora e empresária na área da gastronomia. Com 36 anos já morou em várias cidades brasileiras. Filha de uma mineira e um paulistano, essa carioca veio para Uberaba ainda criança (seis anos de idade). Sempre participativa, com bons relacionamentos, agitadíssima (como ela mesma se define), mas não sabia o que queria fazer profissionalmente. O pai Geraldo Del Nery, queria que ela fizesse medicina, ela para ser diferente optou pela psicologia. Porém, deixa claro que nunca gostou de consultório e sim o lado empresarial, por ser mais objetivo e prático. A partir daí direcionou o estudo para a área organizacional, mas sempre fazendo trabalhos voluntários. Trabalhou na Fosfértil de Uberaba, depois em Araxá e quando surgiu uma oportunidade melhor foi alçar vôos em São Paulo. Assim que se estruturou, Lígia teve uma decepção na vida com o falecimento da mãe Hercília Del Nery. “Eu me desencantei com a profissão. Tudo aquilo que eu criticava eu estava fazendo, me sentindo a coitadinha. Pensei logo em mudar de área”, explica.

Como diz o ditado “filho de peixe, peixinho é...” e com Lígia não foi diferente, porque seu Geraldo sempre cozinhou muito bem, e ela adorava participar das preparações desde criança. “Tudo que eu fazia tinha comida no meio. E sempre que alguém ia fazer uma festa, reunião, me convidava pra fazer um prato especial, pois sempre gostei disso. E como trabalhei um tempo numa empresa de assessoria esportiva, com preparação física e emocional de atletas de grandes competições, veio a ideia de começar algo novo”, revela.


Nesse período, a família aqui em Uberaba estava carente com a perda de Dona Hercília, e foi quando Lígia resolveu voltar. “Ficar perto deles foi importante para ambos”, disse.
Mesmo desinteressada pela área da psicologia, ela enviou currículos para várias empresas de Uberaba, mas sem êxito. E acabou trabalhando numa agência de publicidade. “Depois de quase 15 anos de formada eu pensava: o que eu estou fazendo? Eu não tinha me achado profissionalmente. Mas nunca deixei de fazer minhas comidinhas. Era tempero da carne para o churrasco, vinagrete, lasanhas... foi quando resolvi ganhar dinheiro fazendo algo que eu gosto. Nesse período reencontrei meu marido Alexandre Scalon e uma semana depois nos casamos. E ele me apoiou muito para realizar isso”, conta.


A partir daí Lígia, que também é chamada de “Tia Lili”, apelido dado pela sobrinha/afilhada Bárbara, de 10 anos, que Lígia adorou, começou a preparar os pratos e fotografá-los para postar na internet. E foi quando ela viu que as pessoas visitavam a página e pediam receitas para o almoço, jantar, festas... “Foi aí que vi a proporção do negócio e com a ajuda de amigos e familiares comecei a desenvolver a ideia”, explica.
Hoje, Lígia tem a empresa Home Cook, onde organiza pequenos eventos e/ou recepções mais íntimas para até 20 pessoas, incluindo escolha e preparação de cardápio, contratação de prestadores de serviços, decoração, aluguel de louças, tanto para o fim de semana e datas especiais, além de fazer o treinamento “Madame de Aluguel” para empregadas domésticas dos seguintes temas: etiqueta e boas maneiras, organização de lista de compras, geladeira e dispensa; reaproveitamento de alimentos, organização de armários, entre outros.

Segundo Lígia, as receitas mais solicitadas pelos clientes são o filé ao molho roquefort, lasanha de berinjela e de bacalhau. Mas a preferida dela é a famosa galinhada, que a faz lembrar a casa da vovó materna Lygia Cardoso. “Comida começa pelo nariz, olho e depois paladar. A comida tem que cheirar na garagem”, completa.


A empresária também está dando aulas de cursos técnicos (Secretariado Executivo e Gestor Júnior) em dois Colégios da cidade. Disse amar essa função e está curtindo muito.

Assim como todo ser humano, Lígia tem vários sonhos, e alguns deles são: escrever um livro, ir ao programa da Ana Maria Braga, também do Edu Guedes e conhecer a Grécia. Ela também é fã do apresentador Luciano Huck. “Quero fazer tudo isso e ainda vou cozinhar para o casal Luciano e Angélica. Quero ir além, expandir e não pretendo ficar só em Uberaba”, finaliza Lígia.


Parabéns Lígia Del Nery Scalon pelo seu trabalho, desempenho, amor ao que faz e tanta dedicação. Mais uma vez, sucesso!







Dia Internacional da Mulher: Uma homenagem a uma grande mulher e profissional - Hellen Neves



No próximo mês teremos uma data comemorativa muito especial a todas as mulheres guerreiras, trabalhadoras, amigas, incansáveis, dedicadas e cheias de qualidades - 8 de março – Dia Internacional da Mulher.  
E para representá-las, a Equipe do Mulher Uberaba escolheu a profissional, mãe de duas lindas meninas, esposa e batalhadora Hellen Neves, de 27 anos, formada em Administração com ênfase em Marketing pela Faculdade de Ciências Econômicas do Triângulo Mineiro, para contar sua trajetória e bonita carreira.
Atualmente ela exerce o cargo de Executiva de Alianças Estratégicas no Instituto de Cegos do Brasil Central de Uberaba. O cargo é gerenciar toda a parte de marketing e captação de recursos. Segundo Hellen, eles têm três bases de trabalho: Doações, Parceria com Empresas e Projetos. Cada qual tem sua importância para a sustentabilidade do ICBC. Quando ela começou na empresa o foco maior era a contribuição através de doações de pessoas físicas, mas com uma abordagem diferente da qual trabalham hoje. “O Dr. Wilson, presidente da casa, vem com um trabalho sério de profissionalização e é onde eu me encaixei. O trabalho é mostrar para a sociedade que uma ONG consegue ter uma transparência em seus serviços e dar uma contrapartida para as pessoas que confiam nela. Hoje para quem doa, como pessoa física, fazemos questão de mandar uma prestação de contas no final do ano, com as atividades que foram possíveis desenvolver, mandamos também newsletter de todas os eventos e novidades que acontecem aqui no Instituto”, explica.
Hellen ressalta que para os empresários existe o projeto Empresa Amiga das Diferenças, que proporciona uma interação das empresas e ONGs em prol da comunidade. “E com isso a empresa tem uma grande ferramenta que é o marketing social. Acredito que este ano teremos 30 empresas nesse projeto, que é maravilhoso”.
Todos esses projetos são elaborados junto à equipe técnica do ICBC a partir da abertura de editais, sejam eles de empresas privadas ou do setor público. Neste, o trabalho dela é focado na planilha financeira e de planejamento para a execução do projeto. Hellen destaca que é muito gratificante saber que o seu trabalho ajuda centenas de pessoas. “Sempre trabalhei na área financeira e/ou vendas até mesmo antes de formar. Não vivemos mais a base de troca como os índios (risos). Então, quando estava trabalhando, o mercado me cobrava muito isso, o ganho, não só para mim, mas para a empresa em si, a palavra era simples: LUCRO. Hoje, tenho a consciência que a instituição também precisa de números e receitas, mas a visão é outra, a palavra não é LUCRO e sim AUXILIAR, AJUDAR ao próximo. E isso para mim é muito importante, saber que estou fazendo o meu trabalho visando um bem maior. Além de ganhar para fazer o meu serviço estou podendo contribuir para a melhoria de qualidade de vida das pessoas que me cercam”.  
Para Hellen é importante sempre aprender. Esse ano ela está fazendo pós-graduação e conta com a ajuda da família. Além disso, pretende fazer cursos de inglês, espanhol e outros mais para somar em seu currículo. “Tenho interesse de trazer muitas coisas boas para o Instituto de Cegos. Gosto muito da parte cultural e acredito que todos nós, precisamos disso. Estamos arquitetando uma exposição de artes para este primeiro semestre”. 
Mesmo diante de tantos afazeres, essa mulher consegue encontrar um tempinho para dedicar às filhas e ao marido, mas deixa claro que é preciso se desdobrar para dar conta do recado. “Realmente a mulher de hoje em dia tem que ser “multi”, encontrar tempo para tudo. Cuidar da casa (nesta parte conto com a ajuda de todos), ser mulher, dar carinho e atenção sem mimar as crianças (o que acho mais difícil), comer pipoca assistindo ao filme preferido delas, brincar na rua, passear no fim de semana e aprender a dizer NÃO nas horas necessárias”, conclui.

Parabéns à Hellen pelo trabalho, família e dedicação. Que sua jornada seja infinita de realizações, sucesso e que sua tarefa seja exemplo para todos nós!


Marciana Camilo
Jornalista Mulher Uberaba



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